Bolsonaristas são o centro esquema de R$ 3,5 bilhões de fake news e desvio de verbas
Grupo usava atores pagos para simular protestos e manipular a opinião pública nas eleições

A Polícia Federal deflagrou nesta 4ª feira (16.abril.25) a segunda fase da Operação Teatro Invisível, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa acusada de montar um esquema de desinformação eleitoral e fraudes milionárias envolvendo verbas públicas e contratos com prefeituras do estado do Rio de Janeiro. A operação mira políticos, empresários e candidatos que teriam se beneficiado de práticas ilegais para influenciar o resultado das eleições de 2024.
Segundo a PF, o grupo investigado utilizava atores contratados para encenar situações falsas em espaços públicos, como feiras e terminais de transporte, com o objetivo de promover candidatos e atacar adversários políticos. As cenas, cuidadosamente roteirizadas e gravadas com celulares para parecerem espontâneas, eram disseminadas nas redes sociais com o intuito de manipular o eleitorado. Os atores recebiam até R$ 250 por dia pelas encenações.
A estrutura do chamado “teatro político” era financiada com recursos públicos desviados por meio de contratos fictícios entre prefeituras e empresas ligadas aos investigados. As autoridades estimam que cerca de R$ 3,5 bilhões tenham sido movimentados no esquema, parte dos quais teria sido destinada ao financiamento ilegal de campanhas eleitorais e lavagem de dinheiro.
Entre os alvos da nova fase da operação estão o prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL), e candidatos derrotados nas eleições de 2024, como o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), o ex-candidato Aarão (PP), de Mangaratiba, e Rubão (Podemos), que chegou a ser eleito em Itaguaí, mas teve a posse barrada na Justiça.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados nas cidades de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Rio de Janeiro e Juiz de Fora (MG). A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 3,5 bilhões em contas dos investigados e a suspensão das atividades de oito empresas envolvidas.
As investigações são um desdobramento da primeira fase da operação, deflagrada em setembro de 2024, e revelaram também a destruição de provas digitais e outras tentativas de obstrução da Justiça por parte dos envolvidos.
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